Algumas crianças têm dificuldade de se sentir seguras e acolhidas em seus quartos e camas, o que gera problemas como despertares frequentes para ir para a cama dos pais e até mesmo resistência em dormirem em suas próprias camas, nem que seja por um curto espaço de tempo.
Para resolver esse tipo de questão, primeiro precisamos entender que dormir na própria cama demonstra que a criança tem segurança e independência, qualidades importantíssimas para o desenvolvimento saudável. Necessitar dos pais para dormir demostra que a criança não consegue lidar com a ansiedade da separação e não se sente segura em seu quarto.
Não podemos deixar de tocar em um tema muito delicado, pois alguns casais, por dificuldades no relacionamento, acabam deixando inconscientemente a criança compartilhar a cama para que não haja necessidade de conversas ou situações íntimas, por isso é importante refletir se esse não é o seu caso. Se isso estiver acontecendo no seu relacionamento, está na hora de procurar o auxílio de um psicólogo, de preferência que atenda casais, para ajudar a resgatar o companheirismo entre o casal.
Cada criança vai apresentar a sua dificuldade, mas aqui trazemos um guia muito prático e efetivo para fazer os pequenos dormirem em suas camas.
1. Primeiramente, explique para o seu filho(a) que ele já está grande o suficiente para que possa dormir em sua própria cama;
2. Junto com a criança, faça do quarto um ambiente agradável e aconchegante, um lugar onde a criança goste de permanecer;
3. Evite dar broncas ou deixar a criança de castigo no quarto. Veja o texto Você sabe por que os castigos e as punições não funcionam?;
4. Invista em brincadeiras/jogos durante o dia dentro quarto;
5. Mantenha hábitos saudáveis para dormir, como desligar aparelhos eletrônicos pelo menos 2 horas antes de deitar, não consumir alimentos pesados e não ingerir muito líquido à noite. Veja o texto Higiene do sono para crianças ;
6. Agora, pergunte para a criança o que vocês poderiam fazer para que ela tenha coragem para dormir em seu próprio espaço. Espere até que ela apresente algumas ideias. Se ela não se manifestar, aqui vão algumas dicas. Use e abuse da sua criatividade:
- O que você acha de redecorarmos um antigo lençol com canetinhas superpoderosas que irão te proteger a noite?
- Que tal grudarmos estrelinhas que brilham no escuro no teto para que possamos sonhar com o espaço sideral?
- Te ajudaria se esta boneca ou boneco com propriedades mágicas protetoras que a vovó te deu quando você era bem pequeno(a) ficasse do seu lado a noite toda para te dar coragem?
7. É fundamental que haja uma rotina para dormir, de preferência elaborada conjuntamente com a criança. Por exemplo:
- 19:30h – Colocar o pijama
- 19:40h – Escovar os dentes
- 19:45h – Fazer xixi
- 19:50h – Deitar e ler um livro
- 20:10h – Carinho da mamãe e do papai por 5 minutos para ajudar a relaxar
- 20:15h – Dormir
As rotinas podem ser as mais variadas e vão depender dos hábitos da família. O importante é que ela seja escrita/desenhada ou representada por colagens e fotos e que esteja acessível para que a criança possa segui-la.
8. Agora vamos ao mais difícil: após estabelecidas as rotinas e as regras da hora de dormir, siga-as expressamente. Não caia na cilada de ceder só um pouquinho, pois isso ensinará o seu filho(a) que a sua palavra e os combinados feitos não valem. A criança tentará em algum momento testar as regras, por isso mantenha-se calmo(a) e recorde o que foi o combinado entre vocês. Não ceda!
Talvez demore um pouco até que a criança consiga aceitar os novos termos da hora do sono, mas é importante que ela aprenda a ter sua individualidade e ganhe segurança para enfrentar seus problemas futuros. Tenha paciência e perseverança! Seguindo esses passos, em uma semana seu filho(a) já estará feliz na cama dele(a)!
Vale lembrar que essas são apenas orientações. Em caso de dúvidas, procure seu médico. 🙂