As crianças necessitam saber o que acontecerá em suas vidas para se sentirem confortáveis e seguras, e as rotinas proporcionam exatamente isso. Crianças com rotinas consistentes tendem a ser mais seguras e tranquilas, além de menos birrentas e ansiosas.
As rotinas já podem estar presentes desde os primeiros dias da vida do bebê, com mamadas regulares e horário certo para as sonecas e banho. Crianças pequenas, entre 3 e 6 anos, podem ter pequenas rotinas, como a da manhã, da hora do almoço ou da noite, desenhadas ou com fotos delas próprias fazendo suas tarefas. Crianças que já sabem ler e escrever podem colaborar escrevendo suas rotinas em folha sulfite ou desenhando em cartolina com a presença dos pais.
Sentar com a criança para realizar as rotinas faz toda a diferença, pois ela se torna muito mais propensa a seguir o que foi acordado, já que se sentem pertencentes e úteis, o que aumenta a conexão entre os adultos e as crianças. Após a elaboração das rotinas é importante que ela fique em algum lugar visível, como a parede do quarto, o espelho do banheiro ou fixada na porta da geladeira.
Lembre-se que seguir a rotina é a prioridade do adulto e não da criança, então não espere que só porque você fez o quadro de rotina a criança o cumprirá. Mantenha o seguimento e a constância de suas ações. Na hora em que a criança não quiser realizar o que foi combinado, tente manter-se calmo e diga: “Qual o próximo passo na nossa rotina?”. Aguarde 10 segundos esperando uma resposta e, se ela não disser nada, pergunte novamente com um sorriso no rosto. Se ainda assim a criança tiver dificuldade, você pode:
- Ir com a criança até o quadro de rotina para ajudá-la a achar a resposta;
- Dizer gentilmente: “- Confio que você é capaz de cumprir o que combinamos”;
- Usar apenas uma palavra, no caso “rotina”, apontando para o quadro de rotinas;
- Acrescentar: “- Assim que você acabar de cumprir sua rotina poderá brincar, comer, ir para escola etc”
Evite sermões ou grandes explicações, e cuidado! Rotinas são o dever da criança, portanto punir ou recompensar as rotinas (mesmo estando na moda) não vão fazer com que a criança aprenda a ser responsável por si, a ter organização e autocontrole. Punições levam a ações por medo e recompensas prejudicam o desenvolvimento da autoestima (eu só sou bom se alguém me diz que eu mereço uma recompensa) e geram necessidade de ganho em qualquer situação. A autoestima saudável é desenvolvida quando as crianças percebem que são capazes de conseguir as coisas por si e não porque alguém as recompensa por isso.