Ao suspeitar que o seu filho apresente características de TDHA é importante conversar com a escola e com o pediatra que acompanha a criança para uma triagem criteriosa. Caso seja necessário, ela deverá ser encaminhada para um neurologista infantil e um neuropsicólogo, que farão uma avaliação mais profunda e um diagnóstico correto.
São muitos os diagnósticos diferenciais que precisam ser excluídos, como transtorno do espectro autista, dislexia, TICs, depressão, transtorno de ansiedade, transtorno opositor desafiador, estresse pós-traumático, hipertireoidismo, medicações, drogas, vício em telas, problemas com sono…para citar os mais relevantes.
Alguns fatores, como infecções de bebês ainda na maternidade, traumas importantes de crânio, infecções do sistema nervoso central, otites de repetição e uso de cigarro e drogas na gestação, podem favorecer o aparecimento do TDAH.
Para tratá-lo nem sempre são necessárias medicações, porém o envolvimento da escola, dos pais e o acompanhamento psicológico sempre se fazem necessários. Uma equipe multidisciplinar constituída por pediatra, psicopedagogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo é recomendada de acordo com as necessidades de cada indivíduo.
Os objetivos do tratamento da criança com TDAH são:
- Melhorar as relações interpessoais da criança com os pais, irmãos, parentes, amigos e professores;
- Melhorar a performance de aprendizado através do treinamento das funções executivas;
- Melhorar a impulsividade e a concentração.
Algumas atitudes infalíveis e que irão auxiliar muito no tratamento são:
- Mantenha rotinas pré-determinadas, pois isso promove estabilidade e confiança nas crianças, diminuindo comportamentos ansiosos e hiperativos ao longo do tempo;
- Coloque objetivos pequenos e que a criança consiga alcançar. Sempre que um objetivo for alcançado passe para outro um pouco mais desafiante;
- Invista tempo e paciência em treinamento. Para aprender uma nova habilidade primeiro precisamos treinar muito;
- Encoraje o processo;
- Comemore pequenas vitórias diariamente;
- Diminua a quantidade de tempo de tela;
- Invista em sinais não verbais. Por exemplo: após combinar previamente com a criança um sinal (colocar a mão no seu coração, dar um sorriso, fazer um joia) para alguma ação corriqueira que precisa ser melhorada (se levantar da mesa antes de acabar a refeição, interromper uma conversa, ir para o “mundo da lua”), use o sinal em vez de palavras. Isso faz toda a diferença, a criança não se sente julgada e ameaçada e com o treinamento vai melhorando aos poucos;
- Diminua o número de distrações (sons, brinquedos, pessoas) para promover a concentração.
Dietas restritivas não são recomendadas como tratamento, mas uma dieta balanceada e recheada de frutas e vegetais é sempre benéfica para qualquer indivíduo. Realizar atividade física e praticar mindfulness ainda não são técnicas que comprovadamente ajudam no TDAH, contudo são atividades que sempre trazem benefícios para a saúde física e mental e eu acredito que serão comprovadas em breve como auxiliares no tratamento.
Depois não esquece de me contar como essas técnicas, que podem ser usadas para indivíduos que apresentam ou não TDAH, ajudaram você.