LITIASE RENAL – PEDRAS NOS RINS

LITIASE RENAL – PEDRAS NOS RINS

Você sabia que as crianças também podem ter pedras nos rins?

Estima-se que até 5% das crianças podem apresentar litíase renal, termo médico para designar pedras nos rins. Ocorre mais no sexo masculino, com maior incidência entre 7 e 12 anos de idade.

Existe maior probabilidade de ocorrer em crianças cujos familiares próximos tenham pedras nos rins e, por isso, acredita-se que tenha uma herança genética, porém, o gene responsável ainda não é conhecido.

Os fatores que influenciam para a formação das pedras nos rins e vias urinárias são muitos, mas os principais são:

  • Malformações ou lesões no trato urinário podem propiciar a formação de pedras.
  • Fluxo urinário inadequado – manter um fluxo de urina constante dificulta a formação e o crescimento de cálculos.
  • pH urinário inadequado – pH urinário muito baixo ou muito alto pode favorecer o aparecimento de certos tipos de pedras.
  • Infecção urinária – algumas bactérias que causam infecção urinária podem produzir substâncias que promovem a formação de cálculos.
  • Excesso ou diminuição de algumas substâncias na urina – a excreção renal em exagero de cálcio ou ácido úrico e a pouca produção de uma substância chamada citrato podem levar a formação de pedras.

Ao descobrir que uma criança é portadora de pedras nos rins é fundamental fazer uma investigação minuciosa que inclui exames de sangue e urina detalhados e as vezes alguns exames de imagem como ultrassom ou tomografia para descobrir o motivo de formação das pedras e poder tratá-las adequadamente. O nefrologista infantil é responsável por fazer a investigação do porquê da formação de pedras nos rins , evitar o crescimento destes cálculos e aparecimento de novas pedras através de orientações na dieta e as vezes introdução de medicamentos específicos para cada caso. O urologista é o médico responsável por fazer a retirada cirúrgica das pedras quando necessário.

Como tratar as cólicas renais?

Quando uma pedra renal migra do rim para a bexiga ela provoca dor intensa normalmente no meio das costas que pode irradiar para região genital e estar associado a vômitos e febre. Durante a fase de dor, é necessário avaliação médica para:

  • Prescrever medicações que aliviem a dor e ajudem na expulsão do cálculo;
  • Manter hidratação adequada;
  • Controle de possíveis vômitos;
  • Introdução de antibióticos em caso de infecção de urina associada;
  • Controle com exames de imagem (ultrassom e tomografia) para avaliar a necessidade de intervenção cirúrgica por um urologista.

Qual a dieta ideal para quem tem pedras nos rins?

Nenhuma dieta radical deve ser realizada, mesmo porque restrições dietéticas na infância podem levar a deficiências nutricionais. Porém, algumas adequações alimentares podem ser realizadas.

Sempre consulte o seu nefrologista infantil, é ele quem fará as orientações direcionadas para o caso do seu filho. Aqui temos algumas dicas para orientações gerais:

  • Manter uma boa ingestão de líquidos, principalmente água, com a finalidade de diluir substâncias que favorecem o aparecimento de pedras e manter bom fluxo renal.
    • A média de água deve ser de 20 a 30 ml/Kg/dia
    • Não se deve ultrapassar 2 litros de água por dia
  • O cálcio nunca deve ser abolido da dieta e sim adequá-lo para o recomendado para cada faixa etária.
    • Normalmente, na criança, o máximo fica em torno de 800mg/dia (em torno de 3 copos de leite de 200ml cada).
  • O excesso de proteínas da dieta deve ser combatido pois pode propiciar formação de cálculos.
    • Segundo dados da ANVISA, a recomendação de consumo de proteínas conforme a idade é:
0 a 6 meses7 a 11 meses1 ano a 3 anos4 a 6 anos7 a 10 anos
9,1 g/dia13,5 g/dia13 g/dia19 g/dia34 g/dia
  • Gorduras e açucares também favorecem o aparecimento de cálculos renais se consumidos em excesso.
  • Deve ocorrer um controle do sal ingerido por dia, ou seja, o sódio consumido. O sódio em excesso pode aumentar a excreção renal de cálcio, o que facilita o aparecimento de pedras renais.
    • A ingestão de sódio deve ser de no máximo 100 mEq/dia.
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