O autismo ou transtorno do espectro autista (TEA) afeta o processamento de informações no cérebro alterando a conexão entre as sinapses. É caracterizado pela dificuldade da pessoa em se comunicar e se relacionar socialmente, podendo ter forma leve, quase imperceptível às outras pessoas, até uma forma severa, com comprometimento importante da fala e do comportamento levando a uma vida totalmente dependente de outra pessoa.
A Organização Mundial da Saúde estima que até 1% da população mundial seja acometida por algum grau de autismo, que atinge ambos os sexos, mas afeta 4,5 vezes mais os meninos.
Ninguém sabe ao certo as causas, mas é conhecido que crianças do sexo masculino, filhas de pais mais velhos, que possuem na família parentes autistas ou crianças com outras condições genéticas associadas, como esclerose tuberosa, Síndrome de Down ou Síndrome do X frágil, estão mais propensas para a ocorrência da doença.
Também é importante frisar que é um MITO a relação da vacina tríplice viral ou qualquer outra com o desenvolvimento do autismo. O autor do trabalho que lançou esse mito em 1998 teve sua licença cassada após comprovação da fraude.
O autismo é um diagnóstico clínico, ou seja, não existe nenhum tipo de exame para comprovar sua existência, sendo realizado através de uma equipe multidisciplinar que pode incluir pediatra, fonoaudióloga, psicopedagogo, psicóloga, psiquiatra, neurologista, professores e pais. Em geral, o diagnóstico é fechado entre 2 a 3 anos de idade, mas casos muito leves ou com características incomuns podem demorar mais.
Os sintomas podem começar desde muito cedo, quando a criança tem 2 ou 3 meses de idade e não faz contato visual com a mãe, não se interessa por olhar nenhum objeto a sua volta, não sorri ou volta-se para vozes, demonstrando pela primeira vez uma falta de relação social.
Com 8 a 10 meses, a falta de resposta quando chamadas e de interesse às pessoas ao redor torna-se mais perceptíveis. Normalmente, esses sinais se tornam mais significativos com o crescimento da criança, o atraso na fala e na falta de capacidade de se comunicar através de gestos, podendo estar associada a movimentos repetitivos incomuns como balançar o corpo ou bater/agitar as mãos. Comportamentos restritos com foco voltado em um único interesse ou atividade e/ou comportamentos ritualistas, como padrões para comer, se vestir ou tomar banho, são características comuns nas crianças autistas. Por último, autistas tem grandes dificuldades com mudanças de padrões ou de rotina.
Infelizmente, o autismo não tem cura, mas ao contrário do que muitos pensam uma criança autista pode ter seu desenvolvimento muito próximo de uma pessoa saudável dependendo do acometimento da doença. Alguns autistas vão para escola, faculdade e terão profissões bem-sucedidas, podendo namorar, casar e ter filhos – uma vida normal.
Para ajudar no desenvolvimento dessas crianças é importante um diagnóstico precoce para estimular as áreas de dificuldade, com acompanhamento de fonoaudióloga, psicóloga e terapia ocupacional, sempre sendo seguidos pelo pediatra, neurologista ou psiquiatra. Tantos os casos leves como os autistas com importante comprometimento social irão se beneficiar muito dos estímulos dessas terapias.
Por último, mas não menos importante, tenha uma equipe de profissionais de sua confiança para que você consiga sanar todas as suas dúvidas e ser sempre bem atendida. Procure manter-se informada sobre as novidades dos tratamentos, associe-se a redes sociais ou grupos de apoio aos autistas e lembre-se de reservar um tempo para cuidar de si (para cuidar do outro é importante estar de paz consigo).
Vale lembrar que essas são apenas informações. Em caso de dúvidas, procure seu médico. 🙂